Apesar da nova regra, não há radares de velocidade de via nem previsão de fiscalização |
A velocidade máxima na Avenida Paulista será reduzida nesta segunda-feira, 28, de 60 km/h para 50 km/h. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a medida visa a "melhorar a segurança dos usuários mais vulneráveis do sistema viário, como pedestres e ciclistas, buscando a redução de acidentes e atropelamentos na área".
No entanto, não há radares de velocidade de via nem previsão de fiscalização.
Ainda de acordo com a CET, no ano passado houve 32 atropelamentos na avenida, de um total de 106 acidentes. Dos outros 74, dois foram com bicicletas. A companhia informou ainda que três pessoas morreram em 2012 e 122 ficaram feridas em acidentes ocorridos na via.
A redução da velocidade na Paulista tinha sido prometida em setembro pelo secretário dos Transportes, Jilmar Tatto. "Não é razoável uma avenida como a Paulista ter 60 km/h, até porque os cruzamentos não permitem isso", defendeu. "Todos os estudos dizem que, quanto mais você reduz a velocidade do carro, mais diminuem os acidentes."
A população diverge sobre a mudança. Os motoristas que se disseram favoráveis à medida acreditam que a redução vai contribuir para melhorar a segurança de pedestres e ciclistas. Mas há os que discordam, observando que a redução vai refletir nos corredores próximos, causando mais fila e piorando o índice de congestionamento.
Para a gerente administrativa, Siliane Ferrigo, de 33 anos, o trânsito na Paulista vai piorar. "Talvez melhore para o pedestre, mas se ele fizesse a sua parte, atravessando na faixa e respeitando o semáforo, acredito o resultado seria melhor do que com a redução de velocidade."
A artesã Nair Chiareti Prando, de 63 anos, favorável à redução, diz ser "melhor diminuir a velocidade permitida e andar, do que ficar nos 60 km/h e não andar, como ocorre hoje".
Para o administrador de empresas João Maia, de 49 anos, não vai fazer muita diferença para a Paulista, mas para as ruas próximas. "Vai causar congestionamento nas laterais."
O ourives Ary Conti, de 50 anos, gostou da mudança. "Acho bom esse limite, mas durante a semana você nem consegue chegar a essa velocidade. O problema é o motorista que costura os outros carros."
Já o jornaleiro Aguinaldo Rodrigues, de 37 anos, acredita que tudo vai piorar e que falta conscientização aos motoristas. "Com os carros andando mais devagar, vai travar tudo, aumentando o congestionamento. Em outros países, a velocidade é maior e o índice de acidentes, mais baixo."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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