quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Viajantes necessitam de Wi-Fi, de preferência gratuito e rápido, enquanto viajam


Os viajantes vão estrada a fora com seus dispositivos móveis, tendo três perguntas essenciais:

1 - Haverá Wi-Fi?
2 - Quanto vai custar?
3 - Como ele vai funcionar?

Inclusive, a última questão é a que mais importa.

Hotéis, aeroportos e companhias aéreas estão lutando para permitir que os clientes se mantenham conectados em seus tablets e reuniões online com variados graus de performance. Embora os hoteleiros e autoridades dos aeroportos estejam lutando para isto há anos, as companhias aéreas ainda estão em processo de instalação do Wi-Fi em diversos aviões, enfrentado desafios.

Os viajantes que querem Wi-Fi "no ar" nem sempre podem ter a certeza de que o avião vai lhes oferecer isso no momento em que compram as passagens. Os preços para o serviço ainda estão evoluindo, e a qualidade da conexão não está nem perto do que as pessoas estão acostumadas.

"Não importa qual sistema é, nenhum deles está mostrando capacidade para atender a demanda dos usuários", disse Mary Kirby, editor-chefe da revista Airline Passenger Experience. "Já ouvi queixas de todos os sistemas".

Reconhecendo as dificuldades envolvidas em oferecer um bom serviço de internet em um avião que viaja a 500 milhas por hora, Ms. Kirby disse que as companhias aéreas e seus parceiros de conectividade precisam gerenciar melhor as expectativas dos clientes.

"É o tempo da indústria dizer 'Aqui está o que você pode esperar razoavelmente, e não é a mesma experiência que você tem em casa'", ela disse. "Um passageiro deve esperar ser possível acessar as Redes Sociais e checar o email. Mas não será possível enviar emails com arquivos muito grandes, e você não poderá transmitir vídeos".

Um novo site, Routehappy.com, ajuda os viajantes a encontrarem vôos que possuem Wi-Fi - informação que muitas companhias aéreas não revelam até a passagem ser reservada. A Routehappy permite que os viajantes busquem vôos em rotas específicas, como de Nova Iorque para São Francisco, em seguida classifica os resultados baseados em "fatores de felicidade", incluindo se o vôo oferece Wi-Fi gratuito.

Numa semana em meados de Abril, a Routehappy calculou que 24% dos vôos domésticos ofereciam Wi-Fi, 56% não ofereciam e 26% poderiam vir a oferecer. John Walton, diretor da Routehappy, disse que a categoria "talvez" reflita o fato de que as companhias aéreas estão ocupadas instalando suas tecnologias, então nem sempre é possível determinar com antecedência se um vôo vai oferecer o serviço e como ele funcionará.

"Você nunca saberá quantas pessoas vão usar o Wi-Fi ao mesmo tempo", Walton disse.

As companhias aéreas e provedores de Wi-Fi dizem que a demanda típica é de 5 a 10% dos passageiros, mas essa porcentagem é maior em vôos mais longos. Na Virgin America, que oferece Wi-Fi em todos os aviões, 20% dos passageiros ficam logados normalmente, e mais de um terço utiliza o Wi-Fi em rotas transcontinentais.

A maioria das operadoras usa um sistema fornecido pela Gogo, que se baseia numa rede de torres de celular terrestre para se comunicar com as aeronaves voando pelos Estados Unidos. O sistema da Gogo pode entregar uma internet com velocidade de 3.1 a 9.8 MPBS (megabites por segundo), geralmente bem mais lenta que uma conexão típica.

Buscando resolver estas limitações de velocidade, a Gogo e outros provedores de Wi-Fi estão se movendo em direção a sistemas baseados em satélite, capazes de oferecer uma internet mais rápida. Os satélites funcionam sobre o oceano também, permitindo que as operadoras ofereçam Wi-Fi para vôos internacionais.

A American Airlines tem Wi-Fi internacional em suas aeronaves Boeing 777-330ER, que voam entre Dallas e Nova Iorque e Londres, e entre Nova Iorque e São Paulo. A United Airlines também oferece Wi-Fi em alguns vôos internacionais, mas não especifica em quais percursos.

A Delta é considerada um dos líderes de Wi-Fi nos Estados Unidos, oferecendo serviços de Internet em mais de 800 aeronaves, incluindo jatos regionais. A American tem cerca de 450 aeronaves equipadas com Wi-Fi, a Southwest Airlines possui mais de 400 e a United, 50. A JetBlue planeja introduzir serviço de internet via satélite este ano, prometendo mais velocidade do que seus concorrentes oferecem - e, pelo menos, acesso gratuito ao Wi-Fi.

O custo de Wi-Fi em vôo permeia todo o mapa ainda, e as operadoras precisam descobrir quanto os clientes estão dispostos a pagar. A Southwest tem uma abordagem simples, cobrando US$8 para um dia inteiro de acesso ao Wi-Fi; outras companhias aéreas cobram taxas com base na duração do vôo, o tempo de conexão e o dispositivo. Pode custar somente US$2 para se conectar com um smartphone por 30 minutos, ou US$4,95 a US$21,95 em um vôo para laptop.

Mas alguns viajantes simplesmente não pagarão para acessar. "O que estamos analisando é a relutância em pagar", disse Kirby da revista Airline Passenger Experience, "que é fascinante, porque estes serviços tem um custo muito alto".

Os aeroportos e hotéis estão enfrentando uma situação similar. Dos 10 aeroportos mais movimentados nos Estados Unidos, aqueles em Los Angeles, Dallas/Fort Worth, Denver, São Francisco, Las Vegas, Phoenix e Charlotte, N.C., pelo menos alguns oferecem serviço gratuito de Wi-Fi.

Mas o trade-off pode ser sobrecarregado por redes que frustram os passageiros, razão pela qual o Aeroporto Internacional Hartsfield-Jackson Atlanta - o mais movimentado dos EUA - está atualizando sua infraestrutura antes de instalar Wi-Fi.

"Nosso sistema não foi construído para acomodar a quantidade de clientes que esperamos ter com esse acesso gratuito ao Wi-Fi", disse Myrna White, a porta-voz do aeroporto.

Reconhecendo o desafio dos aeroportos e outros locais públicos, a Comissão Federal de Comunicações está trabalhando para aumentar a quantidade de espectros não-licenciados disponíveis para Wi-Fi, que é como os passageiros em um terminal ocupado se conectam ao serviço de banda larga do aeroporto.

"O que propomos é proporcionar mais espaço nas aeronaves para acomodar o serviço de Wi-Fi", disse Julius P. Knapp, chefe do escritório de engenharia da Comissão. "Isso se traduz em velocidades mais rápidas de tráfego de dados e redução do congestionamento".

Wi-Fi gratuito, pelo menos para o serviço básico de Internet, também está se tornando necessidade em hotéis, especialmente nos hotéis não tão caros. De acordo com a American Hotel and Lodging Association, 23% da carga dos hotéis é usada para acesso à Internet nos quartos. 

Fonte: New York Times





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